{Única - 4 anos atrás - 13 anos} {Clima e locais diversos, citados na narração} A tempestade rugia furiosa durante a noite toda, fazendo-a praguejar antes de dormir já imaginando a lama que aquilo causaria sendo que tinha treino ao ar livre no dia seguinte. Na manhã seguinte ao abrir os olhos viu que o esplendoro sol dava sua presença com um semblante ouro luz alvo a entrar em réstias prismáticas pelas frestas das cortinas. Sua respiração ofegante pelo devaneio de seus sonhos, a fizera tomar um copo de café rápido da bandeja sobre a mesa que havia na varanda do quarto e jogar um moletom sobre a regata que usava já bem mais animada do que quando fora dormir, saindo pela porta a frente do ainda silencioso Palácio. Mesmo com os olhos fechados apenas a sentir o vento, era como se ela pudesse em todo aquele silêncio até mesmo ver as folhas oscilantes que caíam sem vida dos galhos secos das árvores, refletia consigo mesma o quanto aquelas primeiras horas do dia lhe faziam lembrar de coisas que eram incomum serem tão vivas em sua memória, lembravam-na da mãe… sentia ainda hoje como era embalada por ela em seu colo, a dançarem juntas tendo apenas a brisa das manhãs de Honolulu como companhia. Após voltar a abrir os olhos, sempre com um sorriso nos lábios - as lembranças não a machucavam, ao contrário ela sempre lembraria da mãe com extremo carinho, posto que o tempo que tiveram juntas, mesmo sendo tão pouco, fora vivido intensamente - transgrediu seus passos até o estábulo passando em cada uma das baias a acariciar a crina dos belíssimos cavalos que tinham ali, jamais esqueceria como Voluptas surpreendera-se com o fato de quando chegara ali, Chantal mesmo tendo apenas cinco anos, já saber montar com perfeição. Aprendera com a mãe. A atmosfera mudava muito quando alguém entrava naquele lugar, tornando-se para os que ao contrário dela não amassem aos cavalos, em um lugar enlouquecedor com os sons dos animais. Crinas curtas, longas, rabos compridos e variáveis tamanhos podiam ser vistos nos corcéis em seus arreios ali presentes. A garota marchou até as últimas separatórias onde encontrou um cavalo branco de crina e rabo pretos, que nitidamente a reconhecera de imediato. Já três anos que o ganhara do pai, sendo Kiss o seu favorito é óbvio, entre todos os demais. Mesmo sem pedigree, Kiss era o mais perfeito cavalo de tambor que ela já pudera montar, tendo com ela uma incrível afinidade desde o primeiro momento, tornando impossível até que qualquer outra pessoa conseguisse montá-lo, ele levava ao chão qualquer um que não fosse Chantal. Passou minutos, contemplando a maciez do animal até o ouvir seu relincho miúdo, após quase uma semana de chuvas o animal estava assim como ela, desejando exercitar-se. {15 Minutos Depois} Montada em Kiss e de frente para a pista onde alguns obstáculos estavam espalhados pela área de treino fitando com cuidado o lado pelo qual deveria dar início. Ajeitou melhor a sela para evitar um balanceio futuro que pudesse incomodar ao longo da equitação, conferiu numa visualização os estribos e virou num maneio o lado do cavalo o amestrando para a entrada da bateria. O corpo ficou imóvel sobre o cavalo e deixou a rigidez cada vez mais ponderada. Abaixada, com cerca de 5 cm separando seus seios das crinas do cavalo quando enfim recebera o sinal de que a pista estava livre - os servos do pai tinham por costume verificá-la antes de permitirem que Chantal desse início aos treinos - adentrando-a em uma breve chispada aquecendo-se numa velocidade leve sem causar solavancos violentos, direcionava o caminho e ele dava tempo para ensaiar melhor cada passe. Logo seus olhos alcançavam os tambores o trote dando lugar a um galope vigoroso, Kiss contornava-os em uma perfeita exibição se aquilo fosse um campeonato sendo guiado por gestos quase imperceptíveis da mão dela em suas rédeas. Tambores, troncos de árvores podres e objetos de grandes portes encalhados no meio da terra, por todos estes obstáculos ambos passavam sem problemas, pareciam formar uma única figura, tão grande era a habilidade dela em mestrar o cavalo e dele em obedecer sua amazona. Para a volta, tendo uma meta a quebrar de 3 metros, rumando em direção das cercas brancas com madeiras separadas uma das outras por nada mais que 10 cm e tinham uma longa extensão cobrindo todo o campo de equitação, desnivelando sua coluna para frente e empinando-se, ela subia um pouco da cela deixando o capacete apontado para frente e acelerando com Kiss até tomar um impulso e saltar. As patas traseiras de Kiss chegaram a bater no obstáculo, mas ao contrário das outras tentativas não cambaleara e seguira seu galope até que ela lhe puxasse as rédeas fazendo-o parar, ria animada ao acariciar o pescoço do animal, os 3m enfim vencidos por ambos, hora de criar uma nova meta para eles.

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